Construção de um caminho Romano como o camino novo
Antes da chegada dos romanos à Península Ibérica, e a outras regiões de Europa, não existíam estradas propiamente ditas. Sim que existíam caminhos para o gado de pouca importancia, que ligavam aldeias indígenas.
A administração romana, únicamente projetava a construçãon de estradas em territorios sobre os quais tinham pleno control, isto é, sobre territorios antes conquistados e pacificados. É un erro tradicional da historia, considerar a construção viaria como um elemento asociado à conquista militar. Sím que os engenheiros militares realizavam construções pontuais (Eemplo. construíam pontes para atravessar ríos, que depois eram desmontadas) para realizar determinados movimentos tácticos durante uma batalha, mas a execução viária com um sentido comercial, sempre devemos associar a uma planificação de tipo política. Existem muitos caminhos romanaos onde há inscrições que se referem a determinadas legiões militares, isto não implica que o caminho tenha sido construido obrigatoriamente por eles; pode tratar-se de um caminho sujeito simplemente a uma administração militar.
A construção de estradas era projectada directamente desde Roma, devido a ser um asunto de carácter estratégico de grande importancia. As mais importantes, as pavimentadas, eram construidas e a sua manutenção pelo Estado, com a colaboração das cidades e propietários dos terrenos que por elas eram atrevessadas. São as chamadas Viae Publicae, as vías públicas. Podiam ter larguras de até 12 metros. A gestão das calçadas estava dirigida pelo curator viarum, um funcionário do Estado encarregado pela execução da obra que se levasse a cabo segundo o projecto e também da conservação e reparação da mesma.
Os peritos construiam sempre os caminhos de acordo a um aspecto vital: a pendente longitudinal. A tratar-se de veículos de tração animal, uma excessiva pendente sería desastroso para o correcto transporte das cargas. Os técnicos romanos sempre respeitaram uma pendente máxima de 8%, e só utilizam este porcentagem quando era estrictamente necessário, em casos pontuais e para tramos muito pequenos.
Em caso que fosse necessário rebaixar as pendentes de terreno em pontos altos, realizavam-se excavações do terreno, de tal forma que a estrada ficava com forma e com taludes (como se estivesse encaixada na montanha)
Técnicas de construção:
O primeiro que se tinha que determinar era a linha do traçado da via, estando destinado este trabalho aos topógrafos romanos. Uma vez tomadas todas as medidas, os topógrafos marcavam a linha da ruta por meio de postes de pedras e começava a construção das mesmas preparando o traçado com o corte de arvores que estivessem pelo meio.
A estructura de um caminho romano
O processo de construção de um caminho romano era o seguinte:
- Deflorestação da área onde estaba projectada a calçada.
- Explanação: nivelamento do firme do terreno.
- Delimitação do firme: delimitar a largura da calçada através da construção dos laterais que recorrem todo o comprimento da calçada.
- Cimentação: no espaço compreendido entre os laterais, o que seria a calçada propiamente dita, extendía-se pedra em bruto, denominada Herisson, creando-se uma capa sólida e resistente para poder suportar o peso que por ela ia atravessar (tropas militares, carros de mercadorias…). Esta capa de pedras em bruto evitava que a calçada sufrisse danos ou fissuras que tivessem que estar reparando-se com frequencia.
- Capas intermedias: Sobre a capa de cimentação extendía-se um recheio de areia ou brita, em uma ou várias capas que iam diminuindo a sua espessura segúndo se subia ate à mais superficial. Depois de cada recheio procedía-se ao compactamento de cada capa.
- Capa de rodagem: Era o revestimento final da superficie da calçada preferivelmente utilizando pedras rodadas compactadas misturadas com areias, para a forma da capa de rodagem. Utilizavan também materiais de grão fino como gravas de graveira. Este tipo piso permitía uma suave circulação que supunha poupar ao evitar danos nas rodas dos carros de mercadorias ou nas ferraduras dos cavalos e carros de combate utilizados pelo exército. Nas cidades ou caminhos importantes, as calçadas eram terminadas com pedras cortadas de forma irregular.
A importancia de cada cidade dependía do nivel de accessibilidade, o seja o grau de centralidade dentro da rede viaria respeito ao resto de cidades. A excepcional rede de caminhos permitía alcançar velocidades de 30 kilómetros por día para movimentos a pé, velocidade que se duplicava quando os que transitavam pelos caminhos eram soldados movendo-se de algum ponto do imperio a outro ou se utilizava algúm veículo com cavalos, como uma carruagem ou um vagão.
Com a desarticulação do imperio romano, as estradas continuam a ser utilizadas, mas sem nenhum tipo de manutenção nem gestão (as obras de maior escala como as pontes, ficaram em ruinas). Na época medieval, as melhoras técnicas foram poucas; há que esperar até ao séculoo XVIII, quando de novo, desde os diferentes estados na Europa, tomam-se medidas para promocionar a construção de novos caminhos.
Pode-se ver neste interessante vídeo realizado por Arqueomanía para aprender muito mais sobre estas construções.