No artígo anterior falamos do uniforme dos legionarios ou soldados de infantaría pesada. Neste caso continuaremos de forma mais detalhada sobre os uniformes do resto de corpos militares que pertenciam ao acampamento romano.
O soldado auxiliar ou infante ligeiro
Em conjunto, os corpos militares auxiliares apresentavam no seu equipamento uma heterogeneidade muito superior à mostrada pelos legionarios. Isto deve-se ao facto de que estas unidades fossem recrutadas entre diferentes povos que habitassem no imperio com uma diferente finalidad táctica. Apesar, a partir de finais do século I d. C. O conjunto começa a ter um formato estandar, pelo menos no que se refere aos corpos de infantaría, sendo em muitas ocasiões difícil diferenciar do legionario.
No actual estado da investigação, os alojamentos da teórica cohors III já exumados e com muito espaço ainda por excavar, não se pode tirar a hipótese de que o forte de Bande pudesse estar empedrado –permanente ou temporal- tropas de outros destacamentos militares, sejam de infantaría ou cavalaria. Desta forma, algumas das peças de armamento recuperadas no nascimento poderíam ser usadas tanto por legionarios como por auxiliares.
Em um primeiro momento, os auxiliares seguiam usando peças de roupa que reflectem a sua proveniencia geográfica, mas referente ao período, as diferenças começam a ser menores e nota-se uma igualdade na vestimenta.
O soldado de cavalaria
No exército romano não só existían unidades de cavalaria auxiliar, mas também as unidades legionarias tinham também um pequeno corpo montado. Não sabemos se algúm destacamento de cavalaría pode estar acampado en Bande, posto que boa parte do forte não fosse ainda excavado. O uso de cavaleiros para as tarefas de exploração, vigilancia e mensageria sería habitual, com isto ou interação com soldados da cavalaría –legionarios ou auxiliares- sería frequente.
Num principio, o uniforme dos soldados de cavalaría sería muito parecido ao da infantaría. Algumas das possiveis variações estudadas mencionan que as calças podíam ser mais largas e as túnicas mais curtas, para facilitar o vestir. Respeito ao calçado, os cavaleiros usam as botas militares habituais, nas quais podíam adicionar esporas para facilitar o montar do cavalo.
Os suboficiais (principais)
De acordo com os principios de organização do exército romano, a cada uma das seis centurias que compunham as cortes correspondia um centurión (grau militar) e vários suboficiais. Graças a diversas fontes documentais sabemos que o equipo destes militares era em vários aspectos diferentes ao dos soldados rasos.
Um caso paradigmático é o do centurion, cujo equipo era diferente por varios motivos. No ámbito do armamento defensivo, os seus capacetes estavam coroados por uma crista transversal (crista transversa) o bem longitudinal que se unía ao capacete mediante um acessorio como o encontrado em Bande. A crista em sí estava coroada com penas de aves ou crinas de cavalo.
O seu escudo sería em principio parecido ao dos homens ao seu mando, mas em ocasiões o centurion aparece representado com um clipeu, escudo circular plano. Igualmente, as armaduras usadas seríam parecidas às da tropa. Se há muitas representações de centuriões com outro tipo de armaduras, já sejam musculadas –em bronze ou couro- ou seguindo os modelos helenísticos.
No que respeita ao seu uniforme, na maioría das representações artísticas os centuriões figuram con o clássico sagum ou capa militar, mas em alguns casos aparecem tambem com paludamentum, uma capa de forma rectangular no ombro através de um broche metálico. Esta peça de roupa, pintada de púrpura, era característica dos comandantes e figura em muitas esculturas e relevos em volta do braço esquerdo.
Muitas destas características não seríam exclusivas dos centuriões, e o resto dos suboficiais – principais– tinham elementos que identificam distintas funções que devíam desenvolver. Asím, por exemplo, a marca distintiva dos optiones sería uma vara de 1,5 m aproximadamente terminada numa bola ou peça. A hipótese máis seguida é a que considera que este utensilio servia para ajudar a manter a formação de combate desde os postos seguintes.
Os oficiais
Desconhecemos que oficial estava ao cargo da guarda de Bande. Devido às particularidades da hierarquia de mando das legiões, ao cargo de cada uma das consortes não havia nenhum oficial em particular. O comando sobre o destacamento podería ser exercido por um leque de personagens, desde um principiante legionario até a um primipilar o um centurião de grau superior.
Partimos do principio de que é um vulgar de posto equestre (angusticlauus). Como personagem de uma classe social elevada –a baixa nobreza-, o comandante tinha direito a usar elementos que mostrasse o seu posto. A sua vestimenta, de por sí só mais cara que a dos soldados, sería provavelmente de cor branco, tendo a sua túnica duas linhas longitudinais e finas de cor púrpura. Aparte, na sua mão esquerda usavam un anel de ouro, atribuido pelo emperador como símbolo da sua posição social.
En cima da túnica, o militar possuia o paludamentum, algo que revelava a sua capacidade de comando. Nos pés, os oficiais costumavam usar também um calçado diferente. Em lugar das botas militares convencionais usavam calcei, um tipo de sapatos de cana baixa elaborados com couro máis brando e confortavel, cubrindo completamente o pé.